domingo, dezembro 30, 2007

2007 foi bom!

Quase último dia do ano...
Faço um retrospecto na minha agenda eletrônica. Percorro os 364 dias já passados em busca dos filmes, shows, viagens e outros acontecimentos bons de 2007.
Do cinema selecionei:
  • Crazy – Loucos de amor
  • Pedrinha de Aruanda
  • Paris te amo
  • Piaf – Um hino ao amor
  • Jogo de cena
  • A vida dos outros
Shows, foram muitos. Destaco:
  • Rubi – Infinito Portátil, no Espaço Virgílio
  • Mônica Salmaso, no teatro FECAP
  • Rubi – Paisagem Humana, no SESC Avenida Paulista
  • Mônica Salmaso, no Memorial da América Latina
  • Três meninas do Brasil – com Rita Ribeiro, Jussara Silveira e Teresa Cristina, no Teatro Nelson Rodrigues – Rio de Janeiro

Além de dois de Maria Bethânia e um montão de Chico César.

Viagens? Sempre...
Começando com Amazonas e Pará, em fevereiro.
Depois, Buenos Aires, em abril.
Em maio, aquilo que chamei de Rallye do sertão: viagem por terras paulistas entre Itapetininga, Sorocaba e Presidente Prudente, pra passear e ver shows dos queridinhos: Chico César e Maria Bethânia.
Junho, agosto e dezembro, Rio de Janeiro. Viagens rápidas pra ver os mesmos queridinhos de maio e mais Rita Ribeiro, outra queridinha!
São Francisco Xavier em setembro, pra ver outros queridinhos: Kléber Albuquerque e Rubi.
Itacaré, Ilhéus, Santo Amaro e Salvador, em outubro, pra passear, trabalhar e ver amigos.
E cidades históricas de Minas Gerais em novembro. Claro, com escapada a BH pra ver o queridinho-mor: Chico César.
E mais:
Em abril conheci o MASP. Paulistana convicta, ainda não tinha visitado o museu. Pode?
Um plano que vinha arquitetando há algum tempo foi colocado em prática em maio: comecei um curso de webdesigner... que ainda não terminei.
Em setembro, uma surpresa: Chico César entre os amigos que celebraram meu aniversário aqui em casa.
Outubro trouxe uma novidade: a primeira "renda" proveniente da venda de uma foto para a Editora FTD. Vai sair num livro didático.
E mais... leituras, amigos e amor.
Não posso reclamar de 2007.
Pra 2008... fica a mensagem mais original que recebi, da amiga poetisa Rosângela Darwich:

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Voltando às origens

Era aniversário do Centro Cultural São Paulo. 25 anos.
Dentre as muitas comemorações: um show de Chico César.
A história de Chico com o CCSP é antiga.
Numa entrevista a Flávia Ragazzo ele fala desse lugar onde iniciou sua carreira paulistana:
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FR – Que papel o CCSP desempenha na sua história profissional?
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CC – O primeiro show que eu fiz em São Paulo foi no CCSP, na sala Adoniran Barbosa. Era um show que ia se chamar Pentelho Luminoso, mas logo entrou o Jânio Quadros e os diretores ficaram com medo, pediram para mudar o título. Aí a gente mudou para Pastoril do Velho Fascista, em homenagem a um político de então. Este foi o primeiro espaço que me fez sentir que eu seria um artista bem vindo na cidade. Creio que isso aconteceu com muitos outros músicos, como Vidal França e Paulinho Pedra Azul.
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FR – Como foi a receptividade do público nas suas apresentações aqui?
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CC – Foi muito boa. Essa proximidade, a possibilidade de levar crianças, sentar, ficar passeando ali embaixo, brincando, vendo o show ou subindo no palco é muito bacana. Essa coisa de o palco ser baixinho cria um olho no olho que a maioria dos palcos não permite, porque é sempre uma coisa verticalizada, o artista em cima e a platéia em baixo. Eu acho que é o espaço ideal pra ter esse tipo de encontro informal, improvisado.
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FR – Qual a importância do Centro Cultural São Paulo para a cidade?
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CC – O CCSP tem um papel histórico em São Paulo. É um ponto de encontro de artistas, de gerações. Sempre foi um espaço muito democrático, aberto para a poesia, a dança, a fotografia, as artes plásticas em geral, para o teatro. É um lugar muito bacana, com muita história. A cultura é algo dinâmico, vivo, feito e refeito cotidianamente. O CCSP, independente dos eventos que realiza, possibilita encontros, é um ponto onde artistas alternativos se reúnem para tocar violão e trocar versos.
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FR – Como se sente fazendo parte das comemorações dos 25 anos da instituição?
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CC – Fico muito feliz de ter tido aquela primeira oportunidade de tocar em um espaço tão bacana. E fico muito lisonjeado de ser lembrado para participar dessas comemorações, porque isso significa que o espaço tem uma visão de reciprocidade em relação a mim. Eu reconheço o espaço como parte da minha vida, e ele também me vê fazendo parte da história dele.

O show foi grátis, portanto era necessário chegar cedo pra pegar o ingresso e curtir a fila. Enquanto isso, o Chico - de bermuda e tênis - e Priscila Brigante passavam o som lá no "buracão" que é a mesma Sala Adoniran Barbosa do primeiro show em terras paulistanas.
Como não dava pra ficar na fila e ver a passagem de som, ficamos revezando pra antever um pouquinho do que seria o show completo.
Sete da noite, todos já acomodados, em cima e em baixo, o moço entra todo de preto. Faz um discursinho sobre sua história com o Centro Cultural
e diz que não estava ali para cantar e sim para apresentar Dota Kher, uma cantora alemã, cujo CD ele acabava de lançar pelo seu selo: Chita.
Dota cantou umas três ou quatro músicas dela e terminou sua participação cantando À primeira vista, metade em português e metade em alemão.
Sai Dota, entra Chico. Com outro figurino: camiseta preta de mangas curtas e calça branca com listinhas pretas. Começou com Béradêro, seguiu com os versos do Cantáteis e Moer cana. Em seguida arrasou com Invocação, ousando dizer as palavras que Bethânia em sua gravação, não teve coragem de pronunciar:
Deus dos sem deuses
Deus do céu sem Deus
Deus dos ateus
Rogo a ti cem vezes
Responde quem és?
Serás Deus ou Deusa?
Que sexo terás?
Mostra teu dedo, tua bunda, tua face
Deus dos sem deuses
Taí pra conferir: Invocação
Entre outras, cantou Saharienne e Feixe.
Junto com De uns tempos pra cá, cantou uma música de Zé Ramalho: Adeus segunda-feira cinzenta
E ainda cantou uma nova, uma espécie de marchinha de carnaval: Santos Dumont
Terminou com a já famosa Mama África, claro! E o povo vibrou!
Depois do show fomos pro camarim levando o LP Música da Paraíba Hoje, que contém a primeira gravação do moço: Virgem louca mimadinha. Relíquia que consegui finalmente encontrar na loja Passadisco, de Recife.
Quando aprensentei o LP pro Chico autografar, ele o mostrou pro irmão, Gegê, que já estava no camarim, e ficaram comentando...
Gravou na velha capa do disco, a seguinte dedicatória:
"Ana e Carmem: marcas de mim em vocês e de vocês em mim. Feliz 2008."
Assim foi o 99° show de Chico que assisti em minha carreira de fã.
Agora, rumo ao 100°. Isso vai merecer uma comemoração!

terça-feira, dezembro 11, 2007

Pelas terras dos inconfidentes

Fazendo um esforço de memória, consigo me lembrar de quatro viagens anteriores às cidades históricas de Minas... ou seriam cinco?
Não importa! O que importa, mesmo, é que acabo de voltar de outra viagem àquelas terras e ainda trago nos sapatos o pó daquelas ladeiras, minas, igrejas, museus...
Foram seis dias entre Tiradentes, Congonhas, Ouro Preto e Mariana. Sem contar com passagens por Belo Horizonte, São João del Rei e Sabará.
A capital mineira entrou na história por um motivo simples: Chico César e o Quinteto da Paraíba se apresentavam ali no dia 25/11.
Assim, chegamos e partimos pelo aeroporto dos Confins, que fica mesmo nos confins... Nunca vi nome tão apropriado!
A bordo de Danton, um Celta da locadora Budget, circulamos pela confusa BH e viajamos pelas cidades históricas. Éramos três: Ana Maria, Ana Letícia e eu.
Chovia bastante quando passamos por Congonhas, a caminho de Tiradentes. Mas paramos mesmo assim. A chuva deu algumas tréguas. O suficiente para andarmos um pouco entre os doze profetas do Aleijadinho, que não se cansam de olhar para a cidade desde seus postos no átrio do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.
Almoçamos na Cova do Daniel e seguimos viagem.
Ruelas iluminadas com lampiões nos esperavam na pacata e bela Tiradentes.
Na praça principal, uma novidade: sinal de internet wi-fi passeando pelos ares, à disposição de quem o quisesse usar. Modernidades do século XXI! Tiradentes está querendo entrar para o Primeiro Mundo!!!!!!!!!!
Terminamos o dia com um sarau no quarto da Pousada do Ó: música da Paraíba e prosecco...
A viagem não tinha somente objetivo turístico. Havia trabalho envolvido.
E começou no dia seguinte: alunos da UNESP de Assis chegavam para participar de um congresso em Ouro Preto e de alguns passeios culturais guiados por Ana Maria.
Munida de seu exemplar do Romanceiro da Inconfidência (Cecília Meireles), Ana encontrou os alunos em frente à Matriz de Santo Antonio. Diante da estátua do Alferes Tiradentes, logo em frente ao Museu Padre Toledo, ouvimos a primeira leitura de poema: Romance XXIV ou da Bandeira da Inconfidência, que tem como tema o clima conspiratório das primeiras reuniões dos conjurados. Algumas dessas reuniões teriam ocorrido na casa do Padre Toledo, que hoje abriga o Museu.
Depois da visita ao Museu, à Matriz de Santo Antônio e à Igreja do Rosário dos Pretos, caminhamos até o antigo chafariz do século XVIII, onde ouvimos mais um trecho do Romanceiro: Fala à Comarca do Rio das Mortes, que conta o fracasso da conjuração e faz referência aos personagens e lugares daquela região, antes Comarca do Rio das Mortes, hoje Tiradentes e São João Del Rei.
Por São João del Rei, passamos rapidamente, apenas para uma visitinha à Igreja de São Francisco de Assis e ao Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco. De lá voltamos a Congonhas, mas foi apenas um pit stop. Nosso destino naquele dia era Ouro Preto.
De volta à estrada, fomos apanhadas por uma chuva torrencial, que nos obrigou a parar por algum tempo. Mas, como atrás da tempestade vem a bonança, ganhamos de presente um lindo arco-íris, que nos acompanhou durante grande parte do trajeto Congonhas/Ouro Preto.
Na antiga Vila Rica, nos hospedamos no Pouso do Chico Rey, uma pousada instalada numa casa do século XVIII. Ela funciona há décadas. Era de propriedade de duas mulheres: Lilli Correia de Araújo, dinamarquesa (tinha sido casada com um pintor brasileiro) morta há cerca de um ano, aos 99 anos, e a pintora brasileira Ninita Moutinho. Foram muito amigas de Elizabeth Bishop, que esteve muitas vezes com elas e, depois da morte de Lota Macedo, acabou também comprando uma casa em Ouro Preto. Outro pintor que viveu naquela cidade – Guignard – hospedava-se ali também, e pintou as portas de um armário, incluindo os nomes das donas. “É um local pitoresco, com muita personalidade. O que falta do conforto de hotéis mais modernos sobra em charme”. Essas últimas palavras são de Ana, que fotografou cada ângulo do pouso e preparou uma apresentação com as fotos. Está logo aí abaixo, no post anterior...
Bem pertinho dali, fica o novo Museu do Oratório. Lindo!
Com os alunos, caminhamos pelas ladeiras da cidade de ponta a ponta. Visitamos as principais igrejas e pontos de interesse histórico.
Diante da Igreja da Conceição, no bairro de Antônio Dias, tendo como pano de fundo a casa onde viveu Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, a Marília, ouvimos o “Retrato de Marília em Antônio Dias”, em que Cecília Meireles descreve essa personagem já idosa, subindo a ladeira para assistir à missa na igreja onde mais tarde seria sepultada.
Retrato de Marília em Antônio Dias
(Essa, que sobe vagarosa
a ladeira da sua igreja,
embora já não mais o seja,
foi clara, nacarada rosa.

E seu cabelo destrançado,
ao clarão da amorosa aurora,
não era prata de agora,
mas negro veludo ondulado.

A que se inclina pensativa
e sobre a missa os olhos cerra,
já não pertence mais à terra:
e só na morte que está viva.

Contemplam todas as mulheres
A mansidão das suas ruínas,
Sustentada em vozes latinas
De réquiens e misereres.

Corpo quase sem pensamento,
amortalhado em seda escura,
com lábios de cinza murmura
“memento, memento, memento...”

ajoelhada no pavimento
que vai ser sua sepultura.)

No subsolo dessa igreja há o Museu do Aleijadinho, que acabava de ser reinaugurado com toda pompa e presença de autoridades, incluindo o Ministro da Cultura, Gilberto Gil. Nos disseram que ficou lindo! Mas parece que a festa havia sido pró-forma, porque o Museu permaneceu fechado à visitação nos dias seguintes e não reabriu até o último dia de nossa estada por lá. Pena!
Teremos que voltar...
Na casa onde viveu Tomás Antônio Gonzaga, ouvimos o terceiro “Cenário”, em que Cecília discorre sobre a casa abandonada do poeta inconfidente.
E na Casa dos Contos, diante da cela em que teria sido encontrado morto Cláudio Manuel da Costa, ouvimos “Romance XLIV ou de Cláudio Manuel da Costa”, que trata justamente das circunstâncias nebulosas em que ocorreu a morte desse poeta.
Quinta-feira. Demos uma escapada até a Mina da Passagem, entre Ouro Preto e Mariana, com direito a viagem de carrinho mineiro até o fundo da mina. Voltamos rapidinho, pois Ana ainda acompanharia os alunos ao Museu da Inconfidência. Última visita, com leitura dos dois poemas: “Romance LXIII ou do Silêncio do Alferes”, diante da madeira que fez parte da forca em que morreu Tiradentes, e “Fala aos inconfidentes mortos”.
Cumprindo meus deveres de motorista, fui guardar Danton em segurança e me atrasei para essa visita ao Museu. Acabei perdendo uma passagem marcante: o último poema foi lido diante do panteão dos inconfidentes e, ao final da leitura, soou um sino, numa coincidência significativa, que emocionou a todos.
E assim terminou a apresentação, ao vivo, do cenário de uma das obras mais significativas da literatura brasileira.
No dia seguinte, Leca, Ana e eu fomos de ônibus para Mariana. Tínhamos um plano: voltar no Trem dos Inconfidentes, recém reinaugurado, que faz o trajeto entre as duas cidades. Valeu! A viagem é bem bonita.
Quem quiser saber um pouquinho mais sobre esse trem, pode clicar no link abaixo:
E ainda tivemos a sorte de chegar a Mariana a tempo de assistir ao concerto no órgão Arp Schnitger, na Catedral Basílica da Sé daquela cidade, com direito a informações sobre o funcionamento daquele instrumento raro, único exemplar existente no Brasil.
Encontrei na net um filminho que mostra parte de um concerto feito ali, pela mesma Josinéia Godinho, que tocou para nós naquela sexta-feira. Quem tiver ouvidos para ouvir que ouça, quem tiver olhos pra ver, que veja:
O primeiro dia de dezembro, sábado, foi nosso último dia em terras mineiras. Visitamos a Mina do Chico Rei e pegamos a estrada rumo à capital. Chegaríamos cedo. Decidimos então ir até Sabará. De lá, saímos já um pouco atrasadas rumo ao aeroporto. Chegamos em cima da hora para os trâmites aeroportuários, mas o vôo estava atrasado... Ufa! Relaxamos!
E relaxamos tanto que mais tarde chegamos a ouvir nossos três nominhos no serviço de som do aeroporto, chamando para o embarque...
Mais fotos?
Veja aí:
Ah! Já ia me esquecendo das comidinhas. Docinhos do seu Chico doceiro em Tiradentes, sorvetes diariamente em Ouro Preto, torresminhos de todas as formas, cores e tamanhos... Hum!!!!!!

domingo, dezembro 09, 2007

Pouso do Chico Rei

Fica em Ouro Preto.
Estivemos lá no final de novembro.
As fotos e textos são de Ana Oliveira.

As fotos ficaram pequenas, né? E as legendas, então...
Se quiser, mande um recadinho que envio o arquivo original, com fotos e legendas bem GRANDES...



Atualização em 22/07/2012
Então... o arquivo que Ana preparou sobre o Pouso do Chico Rey estava num site de fotos e... sumiu!
Nem sei mais como recuperá-lo.
É um arquivo pps e não sei se há algum jeito de compartilhar o dito cujo com todas as suas propriedades.
Por enquanto, fiquem com esse link do compartilhamento dele no Google Docs: 
Pouso Chico Rey

sábado, dezembro 08, 2007

Agora a comemoração...

Dois anos!
Tudo começou assim, sem muita idéia do que ia acontecer... Era 30 de novembro de 2005.
De uns tempos pra cá, fez muito mais sucesso do que eu poderia supor... e ainda faz.
Ano passado, ao comemorar o primeiro aniversário, o blog ganhou “de presente” um contador.
Daí pra diante foram mais de 2200 visitas.
Amigos antigos, novos amigos, conhecidos e até desconhecidos...
Gente que passou por aqui, leu, curtiu, deixou sua opinião – ou não.
Gente que participou comigo de shows, viagens, fatos novos e antigos que apareceram aqui, nesses últimos doze meses.
A comemoração desse segundo ano de vida do De uns tempos pra cá, vai em forma de álbum fotográfico, relembrando parte dos assuntos que nos entretiveram de uns tempos pra cá.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Dois anos

Hoje esse blog comemora seu segundo aniversário.
Como estou fora, passeando pelas Minas Gerais, deixo a comemoração para a volta.
Aguardem!!!!!!!

sexta-feira, novembro 09, 2007

Paisagens humanas

Novembro começou com a visita de Licia e Maria Clara. Na verdade, chegaram ainda em outubro, no último dia. Além de apresentar São Paulo para Maria Clara, que nunca havia saído de seu mundinho baiano, Licia veio comemorar aqui seu 40° aniversário e ver o show de lançamento do CD Paisagem Humana, de Rubi.
A visita fica registrada nessa foto, tirada no saguão do cinema Arteplex, enquanto esperávamos a hora de ver Piaf.
Os shows de Rubi foram uma belezura!
Aconteceram entre 17 de outubro e 1° de novembro. Lugar "novo". Um andar inteiro do prédio do SESC Av. Paulista, adaptado para o show. Poucas cadeiras - 50 segundo disseram na bilheteria - e o resto do espaço livre para o show. 11° andar, com janelas para a cidade.
Quando o público entra a coisa já está rolando: tudo à meia luz e Cristiano Karnas fazendo performances ao som dos instrumentos de Estevan Sinkovitz , Luiz Gayotto e Luciano Barros.
Espalhados pelo espaço, arranjos feitos com tiras de tecido cru refletem luz e imagens.
Quando todos estão acomodados, entra Rubi. Começa o show com a minha música preferida do CD: Gira de meninos.
Durante o show, muitas vezes Cristiano volta com suas performances e Rubi o acompanha. Correm pelo espaço todo. Brincam. Rubi canta, dança, chora, emociona. Nem tudo o que está no CD foi cantado, mas em compensação há músicas novas, inclusive Iluminada.
Coloco aqui o folder do show, mas já adianto que a lista de músicas não corresponde exatamente ao que foi cantado. A linda Na gira do mundo não apareceu no show. Pena!

***

Ao todo foram 6 apresentações. Fui a 4 delas.
Fica aí um registro feito no último dia:
Filminhos... fiz, sim, mas não coloquei no youtube. Licia e João puseram os seus. Quem quiser ver, veja:

quinta-feira, outubro 18, 2007

Bahia 2007

Aos 5 de outubro de 2007, saímos de São Paulo rumo a Ilhéus, pelo vôo 1776 da Gol.
Do aeroporto fomos direto a Itacaré, a mais ou menos 70 km dali.
Nosso destino: Pousada Shambhala. Ali nos recebeu Faijj, amigo dos donos, que estavam fora.
A pousada é um encanto. Apartamentos confortáveis - o nosso tinha até banheira de hidromassagem - num ambiente de muito bom gosto, à beira do Rio de Contas, quase na sua foz junto ao mar.
Mal chegamos e Faijj já nos levou para o Beco das Flores, outro empreendimento de propriedade dos donos da pousada.
No Beco há uma pizzaria, um café e uma boutique, tudo lindo e agradável.
Ali estavam Luís e Ney, outros hóspedes da pousada, com quem acabamos fazendo amizade e alguns passeios nos dias seguintes.
Os passeios? Praia da Ribeira, Praia da Concha, Cachoeiras do Kleandro - com direito a trilha e passeio de canoa pelo mangue. Operação mais que perigosa: a canoa era pequena e dava a impressão de que ia virar a qualquer momento. Não virou!
Voltamos à pizzaria do Beco na noite seguinte. Surpresa: Faijj travestido! Uma lady!
A cidade não tem muito a oferecer, a não ser belas praias, que só podem ser atingidas de carro... E estávamos a pé!
A Pituba, rua do comércio, é bem sem graça!
Na segunda-feira - 8 de outubro - voltamos a Ilhéus. No dia seguinte começaria a parte séria da viagem: um congresso sobre Mulher e Literatura.
Descontentes com o hotel que havíamos reservado com antecedência - o Britânia, bem no centro, ao lado do Vesúvio - nos mudamos para o Praia do Sol, com uma escala no Aldeia da Praia: houve problemas no encanamento do Praia do Sol bem no momento de nossa entrada. Mas, finalmente, ali conseguimos nossa janela para o mar...
Para facilitar as mudanças de hotel e idas à UESC, onde acontecia o congresso - alugamos um carro. Era um Celta que recebeu o óbvio nome de Celton Fonseca, já que a locadora de onde vinha tinha esse sobrenome.
Ilhéus está num descuido só: sujeira, buracos nas ruas, tudo deteriorado. E o povo triste com isso. Também não é pra menos: uma cidade tão bonita! Coisas da política: o prefeito foi deposto, voltou, saiu...
O congresso revelou-se mal organizado, obrigando seus participantes a se deslocarem por mais de 20 km, para chegar lá e encontrar sessões suspensas ou transferidas.
Aproveitamos o feriado de 12 de outubro para passear por Olivença e pelas praias, com Licia e família - todos ilheenses de nascimento.
Amanhecemos no sábado na rodoviária de Salvador. Alberto nos resgatou e, depois de nos apresentar aos cães Zumbi e Zabelê, partimos com Alberto e Djaman para um café da manhã tipicamente nordestino e uma pequena viagem a Santo Amaro da Purificação, terra de Bethânia e Caetano.
Dona Canô, a centenária senhora mãe dos Veloso, não nos esperava no portão. Dizem até que não estava em casa.
Andamos pela cidade. Conhecemos o que havia pra conhecer. Visitamos Dona Edith do Prato. Almoçamos em São Braz e voltamos a Salvador.
O domingo foi familiar. Licia e o núcleo soteropolitano da família nos receberam com carinho. Participamos do banho de Bernardo, das compras de supermercado, da festa de aniversário de Dona Margarida - mãe de Licia - e da oração dominical. Tudo em família!
Na segunda-feira pela manhã Licia nos deixou no aeroporto.
Pelas asas da VARIG, chegamos a São Paulo no meio da tarde.
Tudo foi fotografado e fotografado e fotografado. Veja aí:

segunda-feira, outubro 01, 2007

Dez anos depois...

Setembro seguiu tão movimentado, que até me esqueci de comemorar os dez anos de minha aposentadoria.
Foi no dia 2 de setembro de 1997 que recebi a notícia, durante uma aula de informática na escola onde trabalhara por mais de 10 anos: EMPG "Cacilda Becker".
Feliz, terminei aquela aula e me aposentei de vez!
Havia trabalhado por 25 anos.
Fica aqui a promessa de um relatório detalhado e ilustrado dessa trajetória.
E nesse setembro de 2007, além do que já foi dito anteriormente, ainda tivemos a visita de Margarida: amiga açoriana que nos recebeu tão bem quando estivemos nos Açores, no início de 2006.
Foi-se Margarida, veio Lena. Amiga antiga de Ana.
E pra terminar setembro, comemoramos antecipadamente o aniversário de Ana.
Ufa!

terça-feira, setembro 18, 2007

Chegou setembro...

(foto: Ana Oliveira)

Pra começar setembro, chegou ao Brasil Maria Teresa Horta, poetisa portuguesa que veio participar de um congresso na USP e acabou participando de nossas vidas durante os poucos dias em que aqui esteve.
A autora desses versos

Não pretendo mais do que o limite,
que para além do limite
já se entrega

Eu cumpro os meus

limites,
não cumprindo as regras

tornou esse setembro diferente e emocionante. Simples, alegre, bem-humorada e cheia de vida, encantou a todos os que se aproximaram dela.
E quando Teresa partiu para o Rio, também nós pusemos o pé na estrada rumo a São Francisco Xavier. Era o feriadão de 7 de setembro.
São Francisco Xavier é lindinha. Pequena e tranqüila.
Além de suas belezas naturais, a cidade nos brindou com shows de Rubi e Kléber.
A natureza está registrada em poucas fotos, que podem ser vistas clicando nos links abaixo:
Dos shows há um pedacinho nesse clipe:
Continuando, setembro trouxe meu aniversário. E a grande surpresa: a visita de Chico César! Quase não acreditei quando o vi na porta de casa, com Xisto Medeiros e João Linhares.
Como sempre acontece, no dia 15 de setembro espero os amigos com uma comidinha e uma lembrancinha. Nesse ano, éramos 25 pessoas. Comemos macarrão com molho pomodoro e beringela, cuidadosamente preparado pela Di Cunto. Veio de lá também a sobremesa: torta de trufas!
E a lembrancinha que os amigos levaram consigo deverá permanecer sob seus olhos durante todo o próximo ano. Um pequeno calendário magnético, feito especialmente para a ocasião:

Mas comida e "regalito" já são itens esperados nas minhas festas. Inesperada, mesmo, foi a presença iluminada de Chico César.
Outro fato inédito, foi o Parabéns a você. Sempre escapo dele, mas dessa vez não teve jeito, afinal não é sempre que se pode ter "parabéns" cantado até por Chico César! Por sorte escapei da velinha... E foi tudo documentado pela Drika Bourquim:
Todos falamos, rimos, bebemos e comemos juntos. Foi bom demais!
Havia câmeras fotográficas e fotógrafos de plantão, revezando-se na arte de registrar cada momento, cada emoção. O resultado está aí, nesse álbum virtual:


domingo, setembro 02, 2007

Viagem à Turquia - Parte VII - Vendendo e comprando...

A cena acima é do Grande Bazar de Istambul, mas poderia ser do mercado Modelo - baiano - ou do Mercado de São José - pernambucano, não fossem os azulejos e arcos tipicamente turcos que se vê na construção.
Enorme e labiríntico, o Grande Bazar tem de tudo para todos. Grandes negócios podem ser feitos ali. É só ter paciência para procurar e pechinchar. E não há que se preocupar com o idioma. Para vender e comprar vale qualquer língua, do sânscrito ao gestual. Veja como Ana Maria se entendeu perfeitamente com esse vendedor de olhos turcos, aqueles que dão sorte...
Na verdade, nossas experiências com o lendário comércio turco começou já em Pasabagi, na já citada Capadócia.
Ali, logo no primeiro dia de viagem, já travamos relações com os insistentes vendedores turcos. Houve até um que nos deu uma medalhinha pelo simples prazer de colocá-la pessoalmente em nossos peitos...
Desde os tempos mais remotos, os sultões já incentivavam o comércio construindo sólidos refúgios para os comerciantes itinerantes e seus animais. Eram os "caravanserais".
Como descreveu Affonso Romano de Sant'Anna em sua coluna do caderno Prosa & Verso do jornal O Globo de 7 de junho de 2003, A vida é um Caravançarai: "Caravançarai é o nome dado ao local onde as caravanas que atravessam o deserto param para se alojar temporariamente. E aí se encontram pessoas de várias tribos. Encontram-se e contam-se histórias. É quando a vida se assenta em si mesma e reduz-se ao essencial..."
Visitamos o caravançarai de Konya e pudemos sentir o peso da história que passou por ali dia após dias, desde o século XIII.
E, com uma tradição assim tão sólida, os turcos não poderiam deixar de se mostrar comerciantes por excelência.
Aliando isso a outra tradição - os tapetes turcos - testemunhamos uma das mais eficientes formas de comércio que já se viu: a venda de tapetes artesanais aos turistas. Tudo organizadíssimo! Primeiro uma visita à "fábrica", onde se pode observar o processo de confecção dos tapetes.
Em seguida, acomodados em um grande salão e bebericando um vinho ou um chá - tudo à escolha do freguês e às custas do vendedor - tapetes e mais tapetes desfilam diante de nossos olhos admirados e de nossos ouvidos estarrecidos com os preços.
Imagine carregar um tapete desses pelo mundo afora, até chegar ao Brasil! Mas eles têm a solução: embalam e enviam para qualquer lugar do mundo. E tudo isso é explicado fluentemente, na língua do grupo visitante. Marketing perfeito!
Essas fábricas, bem como outras, de jóias, que também visitamos, funcionam em regime de cooperativa e são patrocinadas pelo Estado.
Com as guerras na região, os turistas estiveram sumidos. É hora de recomeçar. Assim, os mais humildes comerciantes das mais remotas cidadezinhas estão sempre a postos com seus produtos, artesanais ou industrializados, animais ou vegetais. Enfim, vale tudo!
Em Çavusin, artersanato em barro. Em Ushisar, a artesã furiosa com a câmera de Ana e o camelo, à espera de um turista que se aventurasse a subir às suas costas usando a escadinha para facilitar a escalada. Enormes pêssegos turcos à venda num posto à beira da estrada, em Konya.
E até a religião enseja o comércio. Em Bursa, a alegre vendedora de terços turcos não se opôs a posar para a foto depois de ter vendido alguns badulaques ao grupo, nas proximidades da Yesil Türbe (Tumba Verde).
E mais! Artísticos mostruários sempre ajudam a vender mais, como é o caso dessas bancas no Bazar das Especiarias em Istambul:
Olhando todo esse colorido, é impossível deixar de levar uma amostrinha pra casa.
Mas, embora os turcos se dediquem ao comércio com bastante afinco, não foram os únicos que cruzaram nosso caminho com suas cores e apelos.
Em Liverpool, não resistimos à Beatles Story - loja de artigos relacionados aos quatro astros locais e mundiais - e gastamos ali umas boas libras em pequenas lembranças.
Em Londres, Sherlock Holmes nos aguardava para uma sessão de compras no Backer Street Emporium.
Na Holanda, frutas e flores disputavam os olhares dos consumidores em potencial.
Na agitada Barcelona, há um templo do comércio que é imperdível para nós: o Mercado da Boquería. Em plena Rambla, uma profusão de frutas, carnes, queijos, peixes...
Foi ali que encontramos uma grande coincidência. Uma peixaria com os nossos nominhos!
Não resistimos à tentação de pedir à dona que nos presenteasse com uma folha das que ela usava para embrulhar sua mercadoria. Mal humorada, como grande parte dos espanhóis, ela concordou. Saímos de lá com o troféu.
Também na Espanha nos fez rir muito o cartaz que vimos nas ruas de Madrid.
Assim, talvez influenciadas por tudo o que o comércio representa em nossas vidas, decidimos nos transformar em garotas-propaganda da Elma Chips. Iniciamos nossa carreira na travessia do Mar de Mármara, incentivando todos a experimentar as delícias dos Doritos a la turca.









Alguém já provou?
Mais algumas fotos, que ilustraram a primeira versão desse relato, enviada aos amigos em dezembro de 2004, estão no álbum abaixo:

sexta-feira, agosto 24, 2007

Viagem à Turquia - Parte VI: E finalmente... Istambul

A última estação de nossa aventura turca, que começou na longínqua Capadócia, foi Istambul, a antiga Constantinopla das mil-e-uma-noites. Foi aí, nessa metrópole de mais de 3000 anos, que nos despedimos do solo turco, não sem antes explorá-la por nossa conta e risco.
A cidade, ao contrário do que pensávamos, é perfeitamente visitável. Mulheres podem andar sozinhas pelas ruas. Comerciantes falam inglês e até um pouco de espanhol. Enfim, dá pra fazer de tudo sem grandes dificuldades.
Metrópole agitada, Istambul se esparrama pelas margens asiáticas e européias do Estreito de Bósforo. Duas pontes ligam os continentes e levam turcos e turistas da Europa à Ásia num piscar de olhos.
Placas indicativas sobre as pontes fazem com que os passantes nunca se esqueçam de que essa é uma jornada especial. Não se trata de cruzar uma simples ponte, mas de transitar entre dois continentes: Ásia e Europa. Quem mais, além dos turcos e seus diletos hóspedes, tem esse privilégio?
Ali o Mar de Mármara, último pedaço do Mediterrâneo, se estreita formando um canal de mais de trinta quilômetros – o Estreito de Bósforo – que mais adiante se transformará no imenso Mar Negro. Olhe bem e você verá ao fundo uma pontinha do Mar Negro...
Um cruzeiro pelo Bósforo é tarefa obrigatória para qualquer turista que se preze. Assim estivemos por lá fotografando as grandezas e misérias de seus arredores.
À margens do Bósforo está também a Galatasaray Üniversitesi. Nada como estudar na Europa com vista para a Ásia...
Há em Istambul um sem-número de mesquitas espalhadas por todos os cantos da cidade. A maior e mais famosa delas – a Mesquita Azul – foi construída por ordem do sultão Ahmet I.
Na decoração interior predomina o azul, razão pela qual é chamada de Mesquita Azul.
Grande por dentro e por fora, é a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a Grande Mesquita de Meca.
Contam que originalmente a mesquita turca tinha apenas quatro minaretes. Quando construíram a mesquita de Meca com seis minaretes, o sultão de plantão ordenou que se acrescentassem dois minaretes à turca. Meca não deixou por menos e aumentou a sua, totalizando sete minaretes. E parece que a contenda parou por aí... Ou será que algum dia leremos na primeira página do UOL : "Turquia constrói mais um minarete na Mesquita Azul"?
Do outro lado do jardim está AyaSofya Müzesi construída como basílica pelo Imperador Justiniano em 537, depois transformada em mesquita e atualmente em museu.
Aqui há que confessar um pecadinho: dessa vez não fomos visitar Santa Sofia por dentro. Será que seremos perdoadas ou arderemos no fogo do inferno? Na próxima visita repararemos o erro e ainda visitaremos o Palácio Topkapi que também "pulamos"...
Invadindo a Istambul européia existe um imenso braço de mar: o Chifre de Ouro.
Ao sul do Chifre de Ouro está a parte mais antiga e caótica da cidade. Aí estão as mesquitas e os bazares. O trânsito entre essa parte da cidade e a parte norte, dita moderna, é feita por duas pontes. A mais movimentada é a Ponte Gálata, onde é possível até parar para um cafezinho.
Ao final da ponte encontra-se o Tunel, ou seja, a estação do funicular que leva à parte alta de Beyoglu, no lado norte da Istambul. Ali nos esperava a Torre Gálata, construída no ano 528, com seus 61 metros acima da colina.
Do alto da torre a vista para a velha Istambul é imperdível. Chegamos justo a tempo de testemunhar um grande espetáculo: o pôr-do-sol.
Como boas leitoras de Agatha Christie, não pudemos deixar de visitar o Hotel Pera Palas, hospedaria original dos passageiros do Orient Express.
Foi ali que a escritora se refugiou numa ocasião em que desapareceu de casa. Voltou com o livro Assassinato no Orient Express pronto para a tipografia. E o quarto 411, onde esteve hospedada, tornou-se ponto de visitação turística. Mediante uma pequena gorjeta ao camareiro pode-se ver o quarto e até fotografá-lo.
Em Beyoglu está a parte do comércio sofisticado de Istambul. Partindo da Praça Taksim, caminha-se pelo calçadão da Istiklal Caddesi – onde estão as lojas das mais famosas grifes mundiais, ao lado de fast foods e barraquinhas de camelô – e chega-se à Çiçek Pasaji, um território exclusivo de restaurantes. Imperdível!
E é também seguindo pela Istiklal Caddesi até a altura do Café Barcelona que se chega ao melhor café da Turquia. Fica numa travessinha estreita e acanhada, as cadeiras, umas diferentes das outras, ficam na rua, espalhadas. Quem serve são os próprios donos, dois turcos muito simples e simpáticos.
Ali o café e o chá turcos são servidos como manda o figurino tradicional.
Alguém está servido?
pppppp
Aí estão imagens que ilustram quase tudo o que foi dito acima. Apreciem sem moderação:

quinta-feira, agosto 23, 2007

Viagem à Turquia - Parte V - Pedras Milenares

Retomando a viagem a Turquia, volto com mais um "episódio".
Quem perdeu os capítulos anteriores pode vê-los nos links abaixo:

Vamos, pois, às pedras milenares!

Lembram-se das piscinas termais de Pammukale e seu pôr-de-sol inesquecível?
Bem ao lado desse paraíso está Hierápolis.

Acreditava-se, na Antigüidade, que as águas quentinhas das piscinas de Pamukkale eram milagrosas e curavam doenças. Por conta disso, muitos doentes viajavam para lá em busca da cura para seus males. Diante da necessidade de acomodar esses pessoas, surgiu ali, ao lado das termas, a cidade de Hierápolis, cujo nome significa cidade sagrada.
O que se vê hoje por lá são as ruínas do que foi a cidade.
A velha Hierápolis tinha uma rua principal, dedicada ao comércio. Não se esqueçam: estamos na Turquia!

Um enorme teatro, todo de pedra.

E para provar que a água não tinha nada de milagrosa, um imenso cemitério.
Aquele ensolarado 29 de agosto, nosso terceiro dia em solo turco, era dedicado às cidades gregas. Assim, de Hierápolis fomos a Éfeso.

Ali está outro maravilhoso conjunto de ruínas arqueológicas que mostra o quão esplendorosa foi a cidade onde nasceu Heráclito.

Cada passo nos trazia uma surpresa.
O Templo de Adriano, com seu portal majestoso:

A biblioteca, da qual se conservou apenas a fachada, com as imagens que a guardam:

E os teatros. Dois!

No maior deles, o segundo, Paulo fazia suas pregações. Quem nunca ouviu a referência à "Carta de São Paulo aos Efésios"?
Além disso, é em Éfeso que se encontra o que restou de uma das sete maravilhas do mundo antigo, o Templo de Diana, que demorou mais ou menos 120 anos para ser construído. Era todo em mármore, tinha cerca de 122 metros de comprimento e 100 colunas de 18 metros de altura.
Assim era o templo em sua época áurea:

Daquela centena de colunas, restou apenas o que se vê na foto:

Mas parece que os habitantes da antiga Éfeso também tinham lá suas coisas curiosas.
Um banheiro público, ao ar livre, onde se podia conversar com os amigos enquanto se faziam as necessidades:

Um joguinho para as horas vagas:

Um sistema para pedir pizza em domicílio:

E até um bordel! Afinal, Éfeso era um porto:

Dizem que essa pedra indicava a entrada do prostíbulo e que o pé aí desenhado servia como agente da censura. Para evitar a entrada de menores, só podiam entrar os homens cujos pés fossem iguais ou maiores do que o do desenho. Alguém quer tentar?

Pra quem quiser ver mais fotos, tem um álbum no endereço abaixo. Clique e veja!

Pedras Milenares

quinta-feira, agosto 16, 2007

A janela

A foto é minha.
Foi tirada em Mariana/MG, em 2002.
O texto é de Gonçalo Tavares, escritor português, nascido em Angola em 1970.
Está no livro O senhor Calvino, publicado no Brasil pela Editora Casa da Palavra, em 2007.
Li, gostei e reproduzo aqui um pedacinho:

A janela

Uma das janelas de Calvino, a com melhor vista para a rua, era tapada por duas cortinas que, no meio, quando se juntavam, podiam ser abotoadas. Uma das cortinas, a do lado direito, tinha botões e a outra, as respectivas casas.
Calvino, para espreitar por essa janela, tinha primeiro de desabotoar os sete botões, um a um. Depois sim, afastava com as mãos as cortinas e podia olhar, observar o mundo. No fim, depois de ver, puxava as cortinas para a frente da janela, e fechava cada um dos botões. Era uma janela de abotoar.
Quando de manhã abria a janela, desabotoando, com lentidão, os botões, sentia nos gestos a intensidade erótica de quem despe, com delicadeza, mas também com ansiedade, a camisa da amada.
Olhava depois da janela de uma outra forma. Como se o mundo não fosse uma coisa disponível a qualquer momento, mas sim algo que exigia dele, e dos seus dedos, um conjunto de gestos minuciosos.
Daquela janela o mundo não era igual.

terça-feira, agosto 14, 2007

Dentro do mar tem rio

Naquela sexta-feira, 10 de agosto, o vôo 6390 da Ocean Air, para o Rio de Janeiro, não saiu. Os passageiros foram reacomodados no vôo 2419 da Varig. Entre eles estávamos Ana e eu, que faríamos nossa primeira viagem naquela companhia aérea. Mas... ainda não foi dessa vez.
A viagem tinha sido programada no final de junho, ocasião em que começaram a ser vendidos pela internet os ingressos para o show Dentro do mar tem rio, de Maria Bethânia, no Canecão.
Ingressos e passagens comprados. Faltava apenas o hotel. Este foi decidido no final de julho: optamos por fazer um excesso e ficar na Av. Atlântica, de frente pro mar. Escolhemos o Othon Classic Califórnia.
O hotel não faz jus às quatro estrelas que lhe foram atribuídas, mas a vista desde a varanda do apartamento 1102, sim.
Revimos amigos, visitamos livrarias, lojas de disco e restaurantes. Alguns novos, outros já conhecidos.
O tempo, bonito quando de nossa chegada, começou a mudar na tarde do sábado. Chegou a garoar no sábado à noite, mas o sol voltou a brilhar no meio do domingo, quando já nos preparávamos para voltar a São Paulo.
Já havíamos visto o show de Bethânia aqui em Sampa, mas revê-lo no Rio, no Canecão, sempre mais simpático que os Palaces e outros que tais daqui, foi um prazer.
Bethânia, do alto de seus 61 anos estava impecável. Errou uma letra, mas que importância tem isso? Cantou e movimentou-se pelo enorme palco como se fosse uma menina. No final, quando voltou para o segundo bis, notei-lhe um certo cansaço. Também, pudera!
E ainda recebeu vips e fãs no camarim. Entre esses últimos, incluiu-se Ana Maria.
De tudo, ficam clipe e fotos para lembrar e compartilhar, além da emoção de ter vivido esses momentos, claro!
E aí vão:
O clipe...

...e as fotos:
Dentro do mar tem rio